domingo, 28 de dezembro de 2014

Conversa de Casal IX - laziness


(Depois do almoço)


Ela: Ai, ai... aquele momento em que dá uma tremenda preguiça.
Ele: É, momento conhecido como "domingo inteiro", né?

[Fim]

domingo, 7 de setembro de 2014

Menina*


Para a menina, ele era alguém a ser temido e evitado. Todas as manhãs antes de ir ao trabalho ele vinha até o quarto dela e lhe beijava secamente, ao que ela respondia com “Até logo, pai”. E, ah, o alívio quando ela ouvia cada vez mais distante o som do carro pela estrada!

À noite, ele se apoiava sobre o corrimão ao chegar a casa, ela ouvia sua voz grave na sala. “Traga-me o chá na sala de estar... O jornal ainda não chegou? Alguém o levou de novo para a cozinha? Mulher, veja se meu jornal está lá fora – e traga meus chinelos.”

“Kezia,” a mãe a chamava, “se você for uma boa menina você vai descer e tirar as botas do papai.” 

Lentamente a menina escorregava pela escada, segurando firme o corrimão com uma das mãos – ia mais lentamente ainda, pela sala, e empurrava a porta do escritório.

A essa altura ele já estava com os óculos e através deles olhava de um jeito assustador para ela.

“Bem, Kezia, mexa-se e tire essas botas e as leve para fora. Você se comportou bem hoje?”

“Eu n-n-não sei, pai.”

“Você n-não sabe? Se você gagueja assim sua mãe vai ter de te levar ao médico.”
Ela nunca gaguejava com outras pessoas – ao contrário, era até elogiada – mas somente com o pai, porque ela tentava dizer as palavras corretamente com muita força.

“Qual é o problema? Por que esse olhar tão melancólico? Mulher, espero que você ensine a essa criança a não ter ideias suicidas... Aqui, Kezia, ponha minha xícara de volta na mesa – com cuidado; suas mãos  tremem como as mãos de uma velha. E tente manter o lenço dentro do bolso, não sobre os ombros.”

“S-s-sim, pai.”

Aos domingos ela se sentava no banco junto a ele na igreja, ouvindo quando ele cantava numa voz alta e clara, observando quando ele fazia pequenas anotações com um lápis azul de madeira no verso de um envelope durante o sermão – seus olhos apertados como uma fenda – com uma das mãos batia alguma coisa silenciosa sobre o peitoril do banco. Ele disse suas orações tão alto que ela teve a certeza de que Deus escutaria mais a ele do que ao pastor.

Ele era tão grande – suas mãos e seu pescoço, e principalmente a boca quando ele bocejava. Pensar nele dentro do quarto dela era como pensar num gigante.

Nas tardes de domingo a avó a mandava para a sala de visitas no seu vestido marrom de veludo para ter uma “agradável conversa com o pai e a mãe”. Mas a menina sempre encontrava a mãe lendo “The Sketch” e o pai deitado no sofá, o lenço dele no rosto, os pés sobre a melhor almofada, dormindo tão profundamente que chegava a roncar.

Ela, sentada no banco do piano, o observava com olhar grave até que ele acordasse e se esticasse, e perguntasse as horas – e então olhasse para ela.

“Não me encare assim, Kezia. Você parece uma coruja marrom.”

Um dia, quando ela ficou em casa resfriada, a avó lhe disse que o aniversário do pai seria na próxima semana, e sugeriu que ela fizesse para ele uma alfineteira de presente com um belo retalho de seda.

Com muito esforço, e dois pedaços de algodão, a menina costurou os três lados. Mas iria preencher com o que? Esse era o problema. A avó estava no jardim, e ela foi procurar no quarto da mãe alguns retalhos. Em cima da cama a menina descobriu alguns pedaços de um papel fino, juntou-os, rasgou em pedaços menores, e os enfiou na caixinha, e então costurou o lado que faltava.

Naquela noite houve uma agitação na casa. O grande discurso do pai para a Autoridade Portuária tinha se perdido. Os cômodos foram revirados – perguntaram aos empregados. Por fim, a mãe foi até o quarto da menina.

“Kesia, você não viu um papéis em cima da mesa do nosso quarto, viu?”

“Ah, sim”, ela disse. “Eu os rasguei para preparar minha surpresa.”

“O que?!” gritou a mãe. “Desça imediatamente para a sala de jantar, agora”

E ela foi arrastada para onde o pai estava andando de um lado a outro, com as mãos para trás.

“Então?” ele disse rispidamente.
A mãe explicou.

Ele parou e estupefato encarou a menina.

“Você fez o que?”

“N-n-não,” ela murmurou.

“Mulher, vá até o quarto dela e me traga esta porcaria – e ponha essa criança na cama agora.”

Chorando muito, sem conseguir explicar, ela deitou-se no quarto sombrio assistindo a luz da noite passar através das cortinas e deixar um pequeno e triste desenho no chão.

Então o pai entrou no quarto com uma régua nas mãos.

“Vou bater em você com isso,” ele disse.

“Oh, não, não!” ela gritou, escondendo-se debaixo das cobertas.
Ele as jogou para longe.

“Sente-se,” ele ordenou, “e estenda as mãos. Você deve aprender de uma vez por todas a não mexer no que não te pertence.”.

“Mas era para o seu a-a-aniversário.”

A régua caiu sobre suas pequenas e róseas palmas.

Horas depois, quando a avó a enrolou no xale e a ninou na cadeira de balanço, a menina a abraçou forte no seu corpo frágil.

“Para que Jesus criou os pais?” ela se queixou.

“Aqui, um lenço limpo, querida, com um pouco da minha água de lavanda nele. Vá dormir, pequenina; amanhã você terá esquecido tudo isso. Eu tentei explicar ao seu pai, mas ele estava muito irritado para ouvir qualquer coisa esta noite.”

Mas a menina nunca esqueceu. Na vez seguinte em que o viu, ela escondeu as mãos para trás, e suas bochechas ficaram vermelhas.

Os Macdonalds moravam logo ao lado. Tinham cinco crianças. Olhando através de um buraco na cerca da horta do quintal a menina os viu à tarde brincando de pique. O pai com o bebê Mac nos ombros e duas meninas penduradas na barra do casaco corria dando voltas no canteiro, balançando-as e rindo. Uma vez ela viu os meninos correndo atrás dele com a mangueira – correndo atrás dele com a mangueira – e ele os agarrou, e fez cócegas até eles soluçarem. Então ela entendeu que existem tipos diferentes de pais.

Um dia, de repente, a mãe ficou doente, e ela e a avó foram até a cidade de carro.

A menina ficou sozinha em casa com Alice, a “general”. Estava tudo bem durante o dia, mas quando Alice a colocou para dormir ela ficou, subitamente, com medo.

“O que vou fazer se eu tiver um pesadelo?” ela perguntou. “Eu sempre tenho pesadelos, e então vovó me põe na cama junto com ela – eu não posso ficar no escuro – tudo fica assustador... O que vou fazer?”

“Você vai dormir, criança,” disse Alice, tirando as meias dela e jogando-as na grade da cama, “e eu não vou chamar seu pai e acordá-lo.”

Mas o mesmo pesadelo de sempre surgiu – o açougueiro com uma faca e uma corda que se aproximava, e se aproximava, sorrindo de um jeito horrível, e ela não conseguia se mexer, podia apenas levantar, chorando, “Vovó, vovó!”. Ela acordou trêmula, viu o pai ao lado da cama, com uma vela na mão.

“Qual o problema?” ele disse.

“Oh, o açougueiro – uma faca – eu quero a vovó.” Ele soprou a vela, curvou-se e pegou a menina nos braços, carregando-a através de uma passagem para o quarto maior. Um jornal estava sobre a cama – a metade de um cigarro balançava ao lado da luminária. Ele jogou o papel no chão, apagou o cigarro, então deitou a menina. Ele se deitou ao lado dela. Já quase dormindo, ainda com o sorriso do açougueiro na sua direção, ela pareceu deslizar para perto do pai, aninhou a cabeça debaixo do seu braço, segurou-se firme ao pijama dele.

Então não importava mais a escuridão; ela deitou. “Assim, esfregue seus pés nas minhas pernas para se aquecer,” disse o pai.

Cansado, ele dormiu antes da menina. Um sentimento engraçado lhe apareceu. Pobre pai! Não é tão grande, afinal – e não tem ninguém para cuidar dele... Ele era mais firme que a avó, mas era de uma firmeza boa.
...E ele tinha de trabalhar todos os dias e estava cansado demais para ser o Sr. Macdonald... Ela rasgou todas as suas belas palavras... E se comoveu de repente, e suspirou.

“Qual o problema?” perguntou o pai. “Outro sonho?”


“Oh,” disse a menina, “minha cabeça está no seu coração; eu posso ouvi-lo. Que coração grande você tem, querido pai”.


*Tradução minha do conto "The Little Girl" (1912), de Katherine Mansfield. 
in: "Something Childish, and other stories".

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

domingo, 10 de agosto de 2014

Conversa de Casal VII - Ficção


Ela: Ai, tem uma música que não sai da minha cabeça.
Ele: Qual?
Ela: "Vou cortar sua pica, vou cortar sua pica..."
Ele: Mas logo essa, amor?

[Fim]

terça-feira, 25 de março de 2014

Leitura - Clarice, uma biografia


Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu.
Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim




A história da escritora Clarice Lispector, cuja obra ainda não estou muito familiarizada, me prendeu logo no começo com os detalhes de sua origem. Ela nasceu na Ucrânia, região que nestes últimos tempos tem recebido olhares atentos de todo o mundo por ser alvo de disputas políticas e econômicas, uma região de tensão entre diferentes grupos desde muito tempo. Além disso, por ser judia essas condições são ainda mais intrigantes para mim que conheço pouco ou nada do povo judeu.

A  vida e a obra de Clarice possuem ligações com seu tempo, com o que acontece no mundo ao redor. Ela passou por uma guerra,  viu o surgimento de uma ditadura no Brasil e a sua origem desde os primeiros capítulos me cativaram, como a descrição da região onde a família viveu antes da fuga, as condições que levaram a seu nascimento etc. e tal. o biógrafo Benjamin Moser mostra o processo que levou a família Lispector a emigrar da Ucrânia: pobreza, guerra, perseguição, e conecta esses elementos à obra de Clarice, aos seus personagens e ela própria. Uma esfinge como diziam alguns de seus amigos, uma mulher que “já foi descrita como quase tudo: nativa e estrangeira, judia e cristã, bruxa e santa, homem e lésbica, criança e adulta, animal e pessoa, mulher e dona de casa”[1].

A família Lispector chegou em Maceió (AL) na região Nordeste do Brasil, quando Clarice ainda era muito pequena e foi aqui no Brasil que a família reestruturou sua vida, por isso não é difícil dizer que a escritora não seja brasileira, apesar dos traços e até certo sotaque estrangeiros que ela possuía. A família enfrentou dificuldades financeiras, teve de lidar com a doença de Mania [mãe de Clarice], as mudanças de uma cidade para outra; de Maceió foram para Recife (PE) e então para o Rio de Janeiro (RJ). 

Clarice estudou, formou-se, tinha uma relação de profundo carinho com as irmãs, casou-se com um diplomata, teve dois filhos, publicou romances e contos, escreveu para jornais, e mesmo entre as lindas paisagens da Itália ou Suíça ela sentia que seu lugar era mesmo no Rio de Janeiro.

Foto: Elaine Pinto

Dadas as circunstâncias brutais da primeira infância de Clarice, seria difícil que ela pudesse chegar a uma conclusão diferente de que a vida não é humana e não tem "valor humano" algum. Sua existência não tinha mais razão de ser que a da barata. Pura sorte era a única razão pela qual ela sobrevivera aos horrores ucranianos enquanto milhões de outros pereceram. A única conclusão lógica era que a natureza do mundo é aleatória e sem sentido, mas compreender a natureza animal e aleatória do mundo era necessariamente rejeitar a moral convencional, o que implicava atribuir significados humanos ao mundo inumano.[2] 
***

Estabeleci uma meta: ler dois capítulos por dia da biografia, e assim segui num ritmo viciante de leitura. Terminava os dois capítulos programados para o dia mas a intensidade de Clarice era tanta que eu lia mais, ia além. Foi assim que as seiscentas e cinquenta e duas páginas sobre sua vida não me assustaram e quando vi em pouco tempo havia terminado. Ainda assim, apesar de tamanha energia é tarefa difícil resumir todas estas páginas em algumas linhas daqui do blog.

A cada nova página eu me via fascinada com a vida de Clarice Lispector. Ela era uma pessoa comum no sentido de que tinha preocupações banais, como os estudos, os filhos, a casa, o trabalho. Mas era ao mesmo tempo extraordinária, inquietante. Não só com o que escrevia, mas nas suas relações com os outros e com o mundo.

***

Conforme contou a um entrevistador (provavelmente seu primeiro), "escrevo porque encontro nisso um prazer que não sei traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta minha alma falando e cantando, às vezes chorando..." [3]
*** 

Lendo assim sua história, suas cartas a amigos e trechos de suas obras, a impressão que Clarice causava a todos, principalmente aos leitores, sentia-me próxima dela, íntima. Mas às vezes, à medida que ela envelhecia, que o tempo para ela seguia em frente, parecia que a minha vitalidade [também] definhava. Não sei exatamente se a minha, a do biógrafo ou a da própria Clarice. [Ou será que eu, tomada pela imagem de esfinge, ou de bruxa, estava enfeitiçada e aos poucos o efeito do feitiço passou?] No fim percebi que Clarice lutou muito, lutou arduamente para ser a mulher que foi, para ser a escritora que foi. 


Foto: Catraca Livre

Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor [4]

***

Clarice ainda é uma névoa para mim, sempre que me aproximo ela desaparece no ar como as pequenas nuvens que se espalham quando são tocadas pela asa do avião. E mesmo como névoa ela se tornou uma inspiração por ser tão extraordinária em sua obra [dos trechos que se encontram na biografia e dos contos que li] e também na vida, como contam seus amigos.

Agora que terminei de ler sua biografia sinto-me um pouco órfã e ficarei assim até ser fisgada pela próxima leitura, quem sabe um romance de Clarice Lispector em pessoa?

#BoaLeitura


_______________________________________

Referências:

[1] MOSER, Benjamin. Clarice, uma biografia. Tradução José Geraldo Couto. SP: CosacNaify, 2013. p.18

[2] Idem, p. 108

[3] Idem, p.240

[4] Idem, p.293

domingo, 9 de março de 2014

Conversa de Casal VI*– Ser-no-mundo


*Participação especial: pai/sogro, mãe/sogra

Ele: Nunca é tarde, pai. Tinha um amigo nosso da faculdade, né, amor? Ele tinha quanto? Nem sei se está vivo mais...
Ela: Na época que a gente estudava ele tinha quase uns noventa anos...
Pai: Mas esse cara é bem bobo... Pra que estudar numa idade dessas?
Mãe: Pra participar do mundo!
Riso geral. Pausa.
Pai: Mas quer dizer então que eu não participo do mundo?

Pano rápido.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Leitura - A Vagabunda


“Escrever! Gozo e sofrimento dos ociosos! Escrever!”
Gabrielle Colette, A Vagabunda.


Tenho pensado em escrever não apenas contos ou crônicas aqui no blog, vou escrever sobre outras coisas também, como os livros que tenho lido [ou já li], os filmes a que assisti [como já fiz escrevendo sobre o filme Anni felici], ou peças teatrais. Pretendo fazer isso porque a ideia inicial deste blog era exercitar a escrita, e escrever é uma atividade que se desdobra em diferentes modos. Então vamos compartilhar uma [algumas, outras] experiência[s].




Na semana passada comecei a ler o romance A Vagabunda (1910) de Gabrielle Colette. Não a conhecia. Nunca tinha ouvido falar na escritora até me deparar com algumas referências a ela e a esse romance em “O Segundo Sexo” de Simone de Beauvoir. Fiquei curiosa, [o livro de Simone de Beauvoir tem sido muito importante para mim – o descobri tarde, eu sei, em breve tentarei escrever sobre ele também.], e como ela faz muitas referências literárias eu achei que seria interessante explorar essas indicações.

Procurei informações na internet sobre Colette, sobre esse romance, sobre outros que ela escreveu, não encontrei muita coisa, mas dei com o livro. E comecei logo esta nova tarefa.

Eu sei que parece precipitado [e talvez seja mesmo] escrever sobre um romance do qual nem bem terminei a primeira parte. Mas, sabe aquela leitura que te prende já nas primeiras linhas? Foi o que aconteceu comigo e A Vagabunda. Estou me deixando levar por essa surpresa. Não criei expectativas, apenas comecei e a leitura está fluindo.

O que Colette escreve que me deixou assim agitada, eufórica para compartilhar esta leitura? Ou, como Colette escreve?

A vagabunda em questão é Renée, atriz, escritora e dançarina de music hall que abandonou o marido, um pintor, depois de suportar por bastante tempo as traições dele [mas isso a gente só descobre na medida em que a conversa com Renée segue]. É isso que desde o começo tem me entusiasmado. Colette conta a história pela voz da própria personagem, tudo é narrado em primeira pessoa. Mas não tem um histórico de vida como se o início das venturas e desventuras de Renée coincidisse com o romance, as lembranças surgem, as coisas acontecem enquanto a vida vai seguindo. Ela nos descreve as estações do ano, seu apartamento, o lugar onde trabalha, as pessoas que encontra, as conversas que tem com seus amigos sem ter uma ordem no que acontece.

Sinto-me conversando com Renée, indo passear com sua cachorra ou sentada ao seu lado ouvindo essas histórias. Ela é uma mulher emancipada, que teve de lidar com a separação, com as cobranças, com a culpa [que os outros, inclusive alguns amigos, lhe imputam] sobre as traições do marido. E Renée segue, e acostuma-se com a solidão.



vagabunda, seja, mas resignada, resignada como estes que aqui estão, companheiros, irmãos, ao círculo vicioso do destino...


meu deus! como eu era jovem e como o amava, como amava aquele homem! e como vim a sofrer!


oh! poderei procurar por toda parte, por todos os cantos, debaixo da cama; não há vivalma aqui, ninguém a não ser eu. o grande espelho do meu quarto já não devolve a imagem maquilada de uma boêmia de music hall, reflete apenas... apenas eu.


É sempre com um grande suspiro que fecho a porta de casa. suspiro de fadiga, de tédio, de  alívio, ou de angustiosa solidão? É melhor nem procurar saber, é bem melhor!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Conversa de Casal V - Saudade


Ele (cantando): "Eu quero é botar meu bloco na rua...". Pô, quero mesmo!
Ela: Ai, o Carnaval...
Ele: Sabe do que eu tô com saudade?
Ela: Do quê?
Ele: De ir para o Bar do Peixe, sentar do lado de fora com aquele ar-condicionado natural, o ventinho que desce de Santa Teresa...
Ela: ... de comer aquele peixinho frito, tomar uma cerveja...
Ele: ... aquela antartica gelada!
Ela: Porra, amor!
Ele: Amor, nem o paraíso é perfeito.